segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Música Cubana

Cuba possui vários ritmos musicas herdados de seus colonizadores como por exemplo a salsa e merengue, influências africanas, rumba e o mambo.

Entre grandes músicos e bandas cubanas podemos citar Buena Vista Social Club, clube de atividades musicais e dança, local onde os músicos se encontravam e tocavam na década de 40. Para se ter idéia do sucesso do Buena Vista Social Club, foi lançado um disco que mais tarde tornou-se sucesso internacional e um filme que inclusive foi indicado ao Oscar na categoria Melhor Documentário.

Hoje em dia além dos sucessos de Buena Vista Social Club, podemos falar de Omara Portuondo que em setembro desse ano, visitou o programa de televisão Altas Horas onde cantou e falou sobre o surgimento do Buena Vista Social Club. Além do programa, Omara fez sua primeira apresentação no Rio de Janeiro e prometeu não ser a última.

A partir disso o Brasil se embalou na música cubana, caribenha e salsa, tanto que já existem barzinhos principalmente em São Paulo que tocam somente esse ritmo musical e fazem muito sucesso !

Jorge Perugorria

Não dá pra falar de cinema cubano sem falar em Jorge Perugorria.Ao contrário dos pseudo-grandes-atores que fazem sempre o mesmo papel (Al Pacino, Jack Nicholson), Perugorria é um verdadeiro camaleão, às vezes completamente irreconhecível. Em sua estréia, “Fresa y chocolate”, era um homossexual tão perfeito, sutil e bem-construído que você juraria que o homem jamais poderia ser hetero. No filme seguinte, “Guantanamera”, era um rude, barbado e peludo caminhoneiro. Em “Frutas en el café”, um fervoroso pequeno burocrata comunista, tímido, reprimido e careca. Em “Lista de espera”, um cego cambalacheiro. Em “Rosa de Francia”, um capitão de navio ao mesmo tempo bom e mau, golpista e honesto. A lista continua: o homem parece estar em dois terços dos filmes cubanos.Na opinião da critica internacional, Perugorria é um dos melhores atores de sua geração, de qualquer lugar do mundo.Ironicamente, quando falado isso em Cuba, discordam todas as vezes. Dizem que a opinião corrente é que Perugorria interpreta sempre o mesmo papel.

Fábrica de pôsteres

Talvez por compromisso artístico, talvez para gerar empregos para os artistas plásticos cubanos, o fato é que o ICAIC refaz localmente todos os pôsteres de cinema. Nenhum filme passa em Cuba com seu pôster original. E não são simples pôsteres, mas verdadeiras, algumas vezes lindíssimas, obras de arte. Ao longo de quase cinqüenta anos, o resultado é um corpus artístico simplesmente impressionante. Não é à toa que se encontram esses pôsteres para vender por toda Cuba. São um presente muito mais original e tipicamente cubano do que fotos do Ché ou vistas aéreas de Havana. Estou levando três para decorar minha casa e minha sala na universidade: “Soy Cuba” e “Suite Habana”, dos quais já falei, e “Cimarrón”, um documentário sobre os negros quilombolas cubanos.

Sexo e Nudez


O cinema latino-americano muitas vezes apela com suas longas cenas de pornografia gratuita. Por outro lado, é constrangedor ver o esforço de muitos filmes norte-americanos pra fugir, esconder, reprimir o sexo e a nudez. Especialmente ridículas são aquelas cenas em que os personagens andam nus pela casa, mas seus membros sexuais, por incríveis malabarismos de câmera, estão sempre atrás de algum vaso. O filme “Corra que a polícia vem aí” tem uma cena brilhante que satiriza essa idiotice. De fato, em muitos filmes americanos, a nudez acaba sendo enfatizada justamente pela sua ausência. Como disse Borges, a melhor maneira de chamar atenção para uma palavra é não usá-la nunca.Enfim, nunca vi outro cinema (nem o europeu, algumas vezes tão apelativo quanto o latino) onde a nudez seja mostrada de forma tão lindamente natural quanto o cubano – sem apelação e sem pudores. Digo mais: é uma naturalidade tão perfeita e tão disseminada que só pode ser fruto de uma política explícita, aplicada consistentemente. Ninguém veste uma camiseta pra se levantar da cama e ir até a geladeira. Os amantes, depois do sexo, conversam nus, na cama, ou andando pela casa. Não há ênfase alguma em mostrar seus órgãos sexuais, mas também não há nenhuma tentativa de escondê-los. A nudez é tão natural que chega a se tornar assexuada.Os personagens se levantam da cama nus e andam pelo quarto como uma pessoa normal andaria nua pelo seu quarto: não há nem o close na bunda do cinema apelativo latino ou o vaso na frente do pênis do pudico cinema americano.


A vida sexual das cinqüentonas


Para um carioca, da terra do culto ao corpo, onde os feios são quase párias, espanta ver a quantidade de mulheres cinqüentonas sexualmente ativas e atraentes do cinema cubano. Convenhamos: com raras e honrosas exceções, no Brasil, os atores ainda podem interpretar galãs até os oitenta (Tarcísio Meira já está beirando os cem), mas as mulheres muito cedo se vêem restritas aos papéis de vovó. As poucas exceções à regra são as atrizes absolutamente belíssimas. Fica implícito que mulheres somente podem continuar seres humanos sexuais depois dos cinqüenta se forem verdadeira divas. Às feias, resta interpretar a Dona Benta.Algumas das figurinhas mais fáceis do cinema cubano, Mirtha Ibarra, Susana Perez e Beatriz Valdés, são atrizes que já dobraram o Cabo da Boa Esperança faz tempo, não se enquadram nos padrões estéticos vigentes e não são divas nem símbolos de sexuais, mas interpretam sempre mulheres que amam e são amadas, que fazem sexo com a naturalidade das pessoas comuns, sem aquela presunção de que a vida sexual no cinema termina aos cinqüenta.

Sugestões de filmes


“Suite Habana” (Fernando Perez, 2003) é um mezzo-documentário que acompanha a vida de dez havaneiros comuns. Não há diálogos, mas as músicas e efeitos sonoros são fascinantes. Quase vale por uma visita a Havana – só faltam os cheiros. Uma hora e meia de um filme sem diálogos pode ser absurdamente tedioso, mas vale a pena, nem que você tenha que assistir em três sentadas. O único filme produzido em Cuba cuja câmera foge ao lugar-comum do cinema narrativo. A fotografia, os ângulos, os takes, tudo é plasticamente lindo e ousado.Entretanto, em termos de plasticidade e ousadia cinematográfica, nada se compara a “Soy Cuba” (Mikhail Kalatozov, 1964). Em plena crise dos mísseis, o governo soviético enviou uma missão à ilha para fazer “o grande filme cubano”. São quatro histórias ambientadas na Cuba pré-revolucionária, também sem diálogos, mostrando como a vida da população era insustentável e, conseqüentemente, justificando a Revolução. O soviético faz coisas com aquela câmera que nunca ninguém tinha ousado fazer. Ironicamente, “Soy Cuba”, uma das maiores obras-primas do cinema de todos os tempos, nasceu com objetivos políticos e foi morto por objetivos políticos. As autoridades cubanas acharam que o filme mostrava o país e seus habitantes de forma esquemática, simplista, condescendente, e não permitiram sua exibição na ilha. As autoridades soviéticas consideraram o filme insuficientemente ideológico (a grande arte sempre é) e também não permitiram sua exibição. Não comunista o suficiente para os soviéticos, o filme foi considerado comunista demais pelos americanos e também censurado. Até sua recuperação na década de noventa, quase ninguém tinha visto “Soy Cuba”. Dos clássicos do cinema cubano da década de sessenta, dois merecem destaque: “Morte de um burocrata” (1966) e “Memórias do subdesenvolvimento” (1968), completamente diferentes e obras do mesmo diretor, Tomás Gutierrez Alea, o papa do cinema cubano.“Morte de um burocrata” é uma comédia sobre um operário-modelo que, em honra de seus anos de serviço impecáveis, é enterrado por seus colegas com seu carnê de trabalho. Entretanto, a viúva precisa do carnê para receber sua aposentadoria. O filme mostra o desesperador labirinto burocrático que ela e seu sobrinho precisam percorrer para conseguir desenterrar o velho e pegar o documento. Mais uma vez, críticas ao governo do começo ao fim. “Memórias do subdesenvolvimento”, de todos os filmes cubanos observados, é ao mesmo tempo o mais pró-Revolução e a obra de arte mais bem-construída. Baseado no romance homônimo de Eduardo Desnoes (que faz uma ponta no filme como ele mesmo), mostra a vida de um burguês rico que decide ficar em Cuba após a queda de Batista e a emigração de toda sua família e amigos, inclusive a esposa. O filme tem um movimento ideológico interessante. Há críticas ao novo governo do começo ao fim, mas, como são feitas pelo protagonista reacionário e antipático, a mensagem do filme acaba sendo: vejam, a Revolução está tirando os privilégios dos burgueses e eles não estão gostando, os canalhas! Não se deixem enganar pela ideologia: é um filmaço, bem-conduzido, bem-realizado, fascinante, obra de arte do começo ao fim.Da produção recente, dois filmes que quase não foram badalados: “Aunque estés lejos” (2003) e “Lista de espera” (2000), ambos de Juan Carlos Tabío.“Aunque estés lejos” tem um dos roteiros mais originais do cinema cubano contemporâneo. Uma equipe do ICAIC está na Espanha buscando patrocínio para um filme – praticamente todos os filmes recentes do ICAIC têm co-produção européia. À medida que vão sugerindo idéias de roteiro, as sugestões vão se incorporando à “história real” vivida pela equipe do ICAIC, até o ponto em que não se sabe mais onde começa uma e termina a outra. Por fim, “Lista de espera” mostra um grupo de cubanos em uma parada de ônibus isolada, esperando um ônibus que nunca chega. Nesse meio tempo, interagem, se amam, se odeiam, brigam, tudo aquilo que fazem dezenas de seres humanos desconhecidos obrigados a conviver por um longo período de tempo. Ótimo filme.

Cinema Cubano

Como tudo em Cuba, o cinema é um monopólio estatal exercido pelo onipresente ICAIC, Instituto Cubano del Arte e Industria Cinematograficos.Já ouvi algumas histórias de horror sobre o ICAIC. O financiamento é pouco, somente alguns filmes podem ser produzidos por ano, o processo de escolha acaba se tornando feroz e politizado, o comitê executivo escolhe sempre os roteiros dos seus amigos e afilhados, uma frase pouco revolucionária pode condenar seu filme à não-existência, etc. Tudo bastante previsível em um órgão centralizado e centralizador. O surpreendente são os filmes. Assistindo aos mais recentes, não se vê essa estrutura soviética de produção. Não parecem filmes ideologicamente bem-comportados escolhidos por um comitê revolucionário. Sim, não são formalmente ousados. O estilo, a fotografia, os roteiros, tudo é muito certinho – com raras e honrosas exceções. Entretanto, não há um único roteiro que não contenha fortes críticas ao mesmo governo que está pagando a conta.Os maiores sucessosO maior sucesso internacional do cinema cubano é “Fresa y chocolate” (Tomas Gutierrez Alea, 1993), no qual um militante comunista fica amigo de um artista gay com o propósito de denunciar suas atividades contra-revolucionárias. Ao longo do filme, porém, os dois vão ficando amigos e o comunista descobre, para sua surpresa, todo o preconceito oficial e social contra homossexuais em Cuba. Por fim, o gay (sempre mostrado positivamente) conclui que sua carreira nunca irá a lugar nenhum no país e dolorosamente decide emigrar, com o apoio de seu amigo comunista. Ou seja, do começo ao fim, é uma grande crítica à homofobia cubana – a começar pela governamental. Fidel disse uma vez não acreditar que um homossexual pudesse ser um revolucionário.O Aeroporto Internacional José Martí, aliás, é a maior presença do cinema cubano. De todos os muitos filmes, só consigo lembrar de um único (“Lista de espera”), em que não há ninguém chegando ou saindo do país. O exílio é uma presença constante, forte, viva na cultura cubana. Todo mundo tem amigos, conhecidos, parentes na diáspora, que, apesar de viverem fora do país há mais de cinqüenta anos, mesmo algumas tendo nascido no exterior e nunca visitado Cuba, se sentem fortemente cubanas e continuam criando arte cubana no exílio.Outro grande sucesso internacional do cinema cubano foi “Guantanamera” (Tomas Gutierrez Alea e Juan Carlos Tabio, 1995), mistura de road-movie com comédia, no qual um burocrata ambicioso e insensível, mas honesto, inventa um sistema socializado de transporte de corpos. Quando morre uma velhinha em um canto da ilha e tem que ser enterrada no outro, ele e sua esposa decidem acompanhar o corpo para testar o método. Cruzam o país, conhecem todo tipo de gente, etc. Em termos de críticas ao governo, é um dos mais suaves. Ainda assim, uma das mensagens principais é que a burocracia cubana perdeu os limites do ridículo. “La vida es silbar” (Fernando Perez), único longa-metragem de ficção produzido em Cuba em 1998, acumulou prêmios por todo o mundo e foi muito badalado. Tem alguns elementos geniais, como a senhora que desmaia cada vez que alguém fala a palavra amor e a cena na qual seu psicólogo sai pela rua disparando outras palavras que também fazem as pessoas desmaiarem, mas achei um filme muito desigual.

domingo, 11 de novembro de 2007

Arquitetura Cubana


A arquitetura cubana tem o maior conjunto de prédios coloniais preservados em toda a América. Com casarões, palacetes e igrejas com fachadas em estilo pré-barroco, barroco e neoclássico.
Algumas partes das ruas de Havana exibem edificações restauradas, o que nos faz compreender um pouco da vida cubana e dos vários períodos e influências culturais. Atualmente, diversos complexos arquitetônicos modernos abrigam centros empresariais que resultam da abertura ao turismo e do desenvolvimento e interesse estrangeiro na ilha.


Em Cuba, o triunfo da Revolução provocou uma grande atividade construtiva baseada na premissa de dar resposta às grandes necessidades acumuladas na população, mas partindo dos recursos construtivos, econômicos, técnicos e humanos de cada localidade do país; não houve tempo para a teorização, mas apenas para sua execução.
Walter Anthony Betancourt Fernández, arquiteto norte-americano que vive em Cuba desde o ano de 1961, desenvolveu um destacado trabalho na zona oriental de Cuba, aonde realizou obras de singular expressão formal e especiais qualidades, nas quais o uso dos sistemas artesanais, materiais locais como a pedra, madeira, cerâmica e uma extraordinária sabedoria no uso de figuras geométricas complexas, ricas interseções, efeitos de luz e sombra e uma indissolúvel união entre a arquitetura e o meio, o caracterizam como um excelente criador de uma arquitetura que poderia se denominar orgânica, enraizada por sua vez na tradição cubana.
No período que o arquiteto trabalhou em Cuba e que compreende as décadas do sessenta e setenta do passado século XX, a indústria de materiais de construção na nação se encontrava em uma relativa crise, o que impulsionou, entre outras razões, este criador a utilizar material cerâmico na maioria das vezes.


Arte de Cuba no CCBB

A exposição Arte de Cuba reunirá as mais significativas obras das artes plásticas cubanas do século XX até hoje. Um amplo panorama do movimento modernista cubano, seguido dos representantes das gerações dos anos 60, 70 e 80 e uma rigorosa seleção de obras de artistas cubanos contemporâneos, internacionalmente reconhecidos, formarão o total da mostra.
Ao longo do século XX, a arte cubana viu-se marcada pela experimentação e diversidade das expressões. A curadoria escolheu três linhas temáticas gerais que resumem diversas tendências e a partir delas organiza o conjunto da mostra:
- A busca das raízes da cultura cubana - Experimentação com a linguagem plástica - Compromisso social do artista
Os anos 20 marcam a entrada do modernismo nas artes plásticas cubanas. É um momento de maturidade e coerência coletivas, também marcado pela aparição de importantes individualidades. Junto às preocupações de renovação formal da prática acadêmica, aparece o interesse pela representação da identidade nacional.
No ano 1927, a Exposición de Arte Nuevo resume as novas intenções da arte no período. Um dos artistas participantes dessa mostra, Víctor Manuel, passaria a ser emblemático para a análise do período. A exposição mostrará as obras dos artistas mais significativos dentro desse período de surgimento da arte moderna em Cuba. Todos expressivos da pluralidade desse momento, no qual tendências, estilos e interesses variados determinam a riqueza e fertilidade da época.
A partir da assimilação da linguagem do modernismo europeu, esses artistas constroem um imaginário cubano. A necessidade de representar paisagens, costumes, rostos típicos e expressivos do "cubano" aparece em cada obra. Remontam-se então ao interior cubano e à figura do "guajiro" como arquétipo do autêntico nacional. Nesta tendência se destacam nomes como Gattorno, Abela, Carlos Enríquez, entre outros.
No final dos anos 30 já está consolidada a modernidade plástica em Cuba. Novos artistas integram a cena cultural cubana, unidos na procura de uma expressão cubana dentro da modernidade artística de Ocidente.
Algumas mudanças acontecem nesses anos. A pintura de tema político e social perde a força de anos anteriores. O "crioulismo" interessado em temas rurais se orienta em outras direções, o afro-cubanismo vanguardista, expressado na representação de cenas vernáculas, de música e dança, ganha outra dimensão com a aparição de figuras como Wifredo Lam ou Roberto Diago, criadores de novas iconografias, distante de visões pitorescas ou bucólicas.
Wifredo Lam o artista cubano que maior reconhecimento internacional obteve, e é um dos grandes destaques da exposição. Seu contato em Europa com a arte africana, com os cubistas e, de modo mais definitivo, com os surrealistas, o faz voltar os olhos à sua terra na busca das expressões autênticas da ilha.
Sua re-descoberta da poesia interna das manifestações afro-cubanas é refletida em obras que sintetizam o que Carpentier chamara de "o real maravilhoso".
Os anos 50 são marcados pelo signo da abstração. Em Cuba, a arte tenta fugir das expressões "locais" que marcaram e identificaram as pretensões de anos anteriores, para assumir uma linguagem internacional, universal. Luis Martinez Pedro, um dos artistas que mais rápido assume a abstração obteve em 1953 é premiado na Bienal de São Paulo. Nesse mesmo ano se cria o grupo Los Once, que trabalhará o expressionismo abstrato e mais tarde o grupo Diez Pintores Concretos.
Desde linguagens diversas, e a partir de perspectivas também diferentes, foram refletidas na arte as mudanças que se iniciaram com o processo revolucionário. Os anos 60 foram de grande liberdade formal e cada artista refletiu ao seu modo a vivência da Revolução, longe de dogmas estéticos ou ideológicos. A linguagem pop, o expressionismo, o hiper-realismo, definem algumas das tendências da época. Destacam-se nesse momento, entre outras, as figuras de Raúl Martinez, Servando Cabrera, Antonia Eiriz.
Com a criação da Escola Nacional de Arte, surge uma nova geração de artistas, cuja produção tem relações diretas com temas tão diversos como as tradições camponesas, o realismo social ou as mitologias afro-cubanas. O que une as obras de Pedro Pablo Oliva, Zaida Del Rio, Roberto Fabelo, Tomás Sánchez é aquela perspectiva lírica, intimista, pessoal presente em seus trabalhos.
Mas a arte igualmente foi reflexo das profundas contradições da sociedade e, a partir dos anos 80, momento em que também ocorre uma revisão dos paradigmas estéticos, assume uma postura crítica ante a realidade. Impõe-se a arte conceitual como meio de estruturar esse discurso comprometido com o questionamento de temas como a emigração, a ideologia ou a iconografia revolucionária.
O âmbito das artes plásticas erige-se como uma área de tolerância, que permite aos artistas tratar livremente temas polêmicos. Em suas instalações, fotografias, gravuras, são recorrentes as representações da ilha, dos heróis, da bandeira, não para cantar as glórias do processo histórico vivido, mas para revistá-lo com olhar crítico.
Hoje, ante um complexo panorama nacional, a arte cubana se debruça ante o dilema de fugir da tentação da crítica banal. Sem perder o sentido reflexivo que sempre acompanhou à criação plástica, os artistas encontram meios mais sutis e universais de expressar suas preocupações, em pro de uma representação de dilemas contemporâneos.

Cuba x Brasil

Gilberto Gil, ministro da Cultura do Brasil, e seu homólogo cubano, Abel Prieto, assinaram ontem um convênio cultural que prevê una grande exposição de arte em diversas cidades brasileiras.
O titular cubano salientou sua alegria pela impressionante presença do Brasil na 14ª Feira Internacional do Livro, graças ao esforço de diversas instituições, e qualificou como estimulante a iniciativa de expor no Brasil, em 2006, una mostra da cultura nacional.
Este acordo estabelece a participação do Museu Nacional de Belas Artes e do Conselho Nacional das Artes Visuais, por Cuba, e do Banco do Brasil pela parte brasileira, na mostra de mais de 120 obras de arte pictórica cubana do século XX no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.
Henrique Pizzolato, diretor de Marketing do Banco do Brasil, e Moraima Clavijo, diretora do Museu Nacional de Belas Artes, também assinaram o documento, que constitui o ponto de partida para a organização de apresentações musicais, de teatro, dança e cinema da Ilha no Brasil, a partir de 28 de janeiro de 2006 e durante seis meses.
O ministro brasileiro assinalou que Cuba é um país referencial para o Brasil, pela sua gente, sua cultura, sua música e pelos seus sonhos de liberdade e emancipação. Brasil e Cuba devem se aproximar ainda mais e esta é uma fórmula que agradecemos muito, sublinhou o titular, conhecido entre os cubanos por sua excelente música.
Outros oradores, entre eles Tilden Santiago, embaixador do Brasil em Havana, falaram da intensificação necessária das relaciones cubano-brasileiras, e como exemplo disso elogiaram a Feira do Livro, com sua intensidade de amor e de solidariedade.
O titular da Cultura do Brasil participou de uma palestra do especialista Usbiraten Castor sobre estudos africanos na Casa de Simón Bolívar e de um encontro com intelectuais e artistas cubanos na Casa das Américas, que abriu suas portas à fraternidade cultural entre os dois povos, principalmente pela excelência musical de Chucho Valdés.
Foi inesquecível escutar novamente Gilberto Gil, esse relevante músico, que interpretou canções emblemáticas para os povos brasileiro e cubano.
Este é um momento transcendente para a Casa das Américas, disse Roberto Fernández Retamar, presidente dessa instituição, que qualificou o Brasil como um enorme Caribe pela sua proximidade cultural com Cuba.

Escultura Cubana

A tradição cubana de esculpir vem desde os tempos remotos, quando os nativos faziam seus próprios objetos. No período da colonização cubana, a arte não teve grande desenvolvimento e as esculturas eram feitas para presentear reis e monarcas.
Documentos históricos do século XVII demonstram, porém, que a ilha manifestava o interesse artístico, e surgiu então o precursor da escultura cubana, Jerónimo Martínez Pinzón, que deixou sua marca com a obra La Giraldilla, esculpida em 1632, obra original exposta no Museu da Cidade, em Havana (diversas réplicas se espalham pela cidade como um dos seus símbolos artísticos).
Nos primeiros anos do século 20, a escultura de cabeças e faces tomou ênfase e os corpos vinham produzidos em série da Europa, mais especificamente da França e Itália.
Nos anos 30 começaram a acontecer as primeiras exposições com esculturas de pequeno e médio porte.
Mas foi nos anos 40, 50 e 60 que essa arte deslanchou. O florescimento da escultura cubana veio mesmo com o triunfo da Revolução de 1959. Foram realizados concursos para a confecção de esculturas e monumentos comemorativos. Nesse período, as primeiras escolas de arte foram fundadas, assim como o processo de criação artística sofreu grandes transformações, surgindo então o primeiro espaço artístico específico para os escultores.
Atualmente, a escultura cubana tem vários espaços importantes, realizando diversas mostras e eventos culturais de arte como a famosa Bienal de Havana.

Pintura Cubana

O histórico da pintura em Cuba apresenta um cenário primeiramente de muita simplicidade, com pinturas rupestres dos nativos, e num segundo momento, na fase colonial, de forte influência européia. É imprescindível ressaltar que nesta fase, a realização de pinturas murais no interior e exterior das casas coloniais foi um marco da tradição artística cubana. Durante o período colonial, a arte cubana sofreu fortes influências dos espanhóis primeiramente e depois dos franceses que aportaram na ilha.
Verdadeiramente, as primeiras importantes manifestações artísticas cubanas datam do século XVIII e, sobretudo do século XIX com o desenvolvimento econômico surgiram as bibliotecas, universidades e por conseqüência a apreciação e prosperidade artística.
A origem da pintura cubana em sua essência refletiu inicialmente valores religiosos e místicos antes de revelar o popular e aristocrático. Apareceram os primeiros pintores retratistas. O primeiro pintor cubano reconhecido foi José Nicolás de la Escalera y Domínguez (1734-1804), que pintou os murais da Igreja Santa Maria do Rosário. Surgiu também o importante pintor condecorado pelo reino de Espanha, Vicente Escobar (1762-1834), que ainda seguindo a influência espanhola pintou temas religiosos e retratos.
Com a construção da Catedral de Havana, iniciou uma nova fase de influência européia na pintura cubana, a tendência italiana. Nasceu então a Associação de Pintores e Escultores cubanos com o propósito de proteger a arte nacional das influências e pressões estrangeiras. Passaram a realizar anualmente o Salão de Belas Artes, em Havana. Nos anos 20 surgiu um novo movimento cultural renovador que fundou mais tarde, em 1937, o Estúdio Livre de Pintura e Escultura, celebrando a nova arte com o I Salão de Arte Moderna. As novas formas de expressão desse movimento antecederam a pintura de vanguarda cubana. O movimento vanguardista tinha como objetivo transformar a sociedade através da arte.

República de Cuba

Já que nosso blog trata-se das sete artes de Cuba, é bom que saibamos um pouco sobre a história e atualidades de Cuba antes de iniciarmos as artes.

Cuba é a única nação comunista das Américas, o que é muito importante pois o modelo socialista de educação e saúde elevou o padrão de vida local - a população tem acesso gratuito a serviços de saúde e a taxa de analfabetismo é somente de 3,6%.

O país vive uma séria crise econômica desde a desintegração da União Soviética(URSS), da qual era dependente. Nos últimos anos, o governo abre limitadamente a economia do país, incentiva o turismo e aproxima-se da Venezuela.

A ilha de Cuba, a principal do território Cubano, é a maior do arquipélago das Antilhas. A capital, Havana, situa-se em sua costa noroeste. O relevo é predominantemente plano, com uma pequena zona montanhosa no sudeste, a Serra Maestra, de onde partiu a guerrilha liderada por Fidel Castro para tomar o poder, em 1959.

Por causa da origem africana de parte da população, a cultura cubana possui muito em comum com e brasileira, como o carnaval e a santería, religião semelhante ao Candoblé. Também é forte a influência espanhola - visível nos edifícios coloniais de Havana, considerados patrimônio da humanidade - e a norte americana, representada pelo beisebol, esporte nacional cubano.



Para quem procura mais sobre Cuba, deixo a dica do Almanaque Abril de onde foram tiradas grande parte das informações e o site da embaixada da Cuba no Brasil, onde você pode viajar um pouco para Cuba e saber de atualidades do país.

http://www.embaixadacuba.org.br/