Não dá pra falar de cinema cubano sem falar em Jorge Perugorria.Ao contrário dos pseudo-grandes-atores que fazem sempre o mesmo papel (Al Pacino, Jack Nicholson), Perugorria é um verdadeiro camaleão, às vezes completamente irreconhecível. Em sua estréia, “Fresa y chocolate”, era um homossexual tão perfeito, sutil e bem-construído que você juraria que o homem jamais poderia ser hetero. No filme seguinte, “Guantanamera”, era um rude, barbado e peludo caminhoneiro. Em “Frutas en el café”, um fervoroso pequeno burocrata comunista, tímido, reprimido e careca. Em “Lista de espera”, um cego cambalacheiro. Em “Rosa de Francia”, um capitão de navio ao mesmo tempo bom e mau, golpista e honesto. A lista continua: o homem parece estar em dois terços dos filmes cubanos.Na opinião da critica internacional, Perugorria é um dos melhores atores de sua geração, de qualquer lugar do mundo.Ironicamente, quando falado isso em Cuba, discordam todas as vezes. Dizem que a opinião corrente é que Perugorria interpreta sempre o mesmo papel.
Fábrica de pôsteres
Talvez por compromisso artístico, talvez para gerar empregos para os artistas plásticos cubanos, o fato é que o ICAIC refaz localmente todos os pôsteres de cinema. Nenhum filme passa em Cuba com seu pôster original. E não são simples pôsteres, mas verdadeiras, algumas vezes lindíssimas, obras de arte. Ao longo de quase cinqüenta anos, o resultado é um corpus artístico simplesmente impressionante. Não é à toa que se encontram esses pôsteres para vender por toda Cuba. São um presente muito mais original e tipicamente cubano do que fotos do Ché ou vistas aéreas de Havana. Estou levando três para decorar minha casa e minha sala na universidade: “Soy Cuba” e “Suite Habana”, dos quais já falei, e “Cimarrón”, um documentário sobre os negros quilombolas cubanos.
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
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